Compreender tais atos nos faz refletir sobre coisas que fingimos esquecer.
O tempo passa e os
costumes não mudam. Digo isso por que os mesmos que passam pela praça e que
ficam indignados por tais feitos são os mesmos que tempos atrás suspiravam ao
som de Lembra de mim de Ivan Lins quando o mesmo fala em seu primeiro
parágrafo:
Lembra de mim!
Dos beijos que
escrevi
Nos muros a giz
Os mais bonitos
Continuam por lá
Documentando
Que alguém foi
feliz...
Provavelmente aqueles que criticam, em
algum momento da vida já praticaram algum ato parecido. A necessidade de
mostrar a todos o que está se sentindo não é dos dias de hoje, não é fruto da
modernidade e nem dessa juventude depravada como diria minha vó. Tal
necessidade nos acompanha desde os tempos das cavernas onde a única forma que
possuíamos para expressar o que de fato acontecia em nosso dia-a-dia era
rabiscando nas paredes, e provém deste momento esta raiz “cavernalesca” que nos
toma por conta toda a vez que estamos na presença do grupo ao qual queremos
impressionar, pessoa, ou a si próprios em um momento de desabafo. A diferença é
que hoje possuímos outros meios de expressar nossos sentimentos, meios
modernos, aparelhos eletrônicos que só faltam ... sei lá (fazem tanta coisa que
tenho até medo de arriscar). Enfim, a única coisa que me deixa triste nesta
história é que deveríamos cuidar melhor do que é nosso, não existe sentido
nenhum em rabiscar tudo sozinho quando todos são donos da caverna. Mas acho que
os tempos agora são outros.
Se quisesse acharia muito mais.