Já ouvi vários relatos e
observei várias situações das quais os catadores de materiais recicláveis estão
expostos na sua caminhada diária, em uma oportunidade tive a oportunidade de
conversar com um senhor de aproximadamente 70 anos que exercia a atividade solitariamente,
pois não tinha família, e a cada vez que encontro histórias assim alguns fatos
se repetem. Entre os que catam sozinhos a dependência alcoólica ou em outras
drogas se tornam constantes, os que moram na rua a situação piora.
Vivemos cada vez mais na
tendência ao individualismo, as pessoas fecham os olhos a situação do irmão ao
lado, mas para este fato, apontar culpado seria como apontar a si mesmo, já que, estamos
inseridos em uma sociedade que privilegia o mérito e vê nele a forma mais justa para alcançar o "sucesso", fazendo com que as pessoas esqueçam a forma como o meio também influência o todo social. Sendo assim, Torna-se difícil sair deste ciclo que nos empurra para o resultado individual e nos
afasta da coletividade, e é nesse momento que devemos parar e pensar na forma
como desejamos viver, tomar posse de nosso poder de decisão. Seu pedido é por uma cidade onde não hajam tantos catadores? Como chegar a isto de forma digna e honrosa a todos? Agindo com seu pré-conceito ou realmente buscando soluções ante as situações difíceis que abatem muitos de nós. Por isso que bato na tecla de tentativa de dar real dignidade e voz aos que desta atividade se valem, seria a cara desta medíocre meritocrata sociedade o
sentir alívio ao promover o simples catador de material reciclável ao status de agente ambiental, mas isso seria como passar pasta de dente em queimadura de terceiro grau.
Você que pode fazer, faça. Obrigado nobre senhor por compartilhar tal
texto.
E você, reveja-se. Sempre existe tempo.
Uma ótima vadiagem a todos. Que
o ócio criativo nos acompanhe para todo o sempre. Amém.